… e a música pede passagem

A Educação Musical hoje pode ser entendida como a única saída para a música de nosso país. Enquanto nos grandes centros vemos os cartazes lotados de boas programações, em todas as outras cidades brasileiras, em sua maioria, enfrentamos uma séria crise de falta de espaço e público.

O entretenimento musical (gosto mais deste nome do que “música comercial”) conseguiu seu espaço midiático, mas “música de verdade” ainda encontra-se escassa nos espaços artísticos, principalmente nas cidades a que me referi.

Isso se dá pela falta de conhecimento musical-artístico das pessoas, tanto do grande público, quando dos que detêm o poder de escolher os artistas. Essas pessoas não podem ser culpadas disso, o problema está na falta de ensino musical tanto nas escolas, quanto nas oficinas de apreciação musical voltadas à população que poderiam existir.

Há muito tempo atrás Villa-Lobos disse: “considero minhas obras como cartas que escrevo a posteridade sem esperar retorno”. Meu sonho, através da Educação Musical é que o dito do Villa, no passado, não seja o dito dos tantos “Villas” que existem hoje escondidos sob a avassaladora indústria musical.

This article has 2 comments

  1. Saudações meu querido amigo, professor, mediador, fomentador, músico universal, Paulinho Leme. Me comovo sempre quando leio algum texto sobre a industria do entretenimento e sua superficialidade no processo de massificação. Muitas vezes me vejo falando ao vento em detrimento ao bombardeio midiático do sucesso temporário, dos artistas, – ou melhor, do produto construido, inventado, rotulado e lançado neste mercado insaciável que se nutre deste ciclo vicioso de clonagens de resultados. Endosso suas palavras, – tudo é uma questão educacional. Temos que oportunizar a experiencia estética e “seduzir” nossas crianças para o novo, para o criativo, para o intuitivo e, quem sabe quebrar essa logica perversa da industria cultural.
    São tantas coisas pra falar, pra desabafar … que me dá vontade de “Chorar” … vou pegar o violão!

    Grande abraço!

Deixe uma resposta para Valterci Hulkinho Cancelar resposta